Você investiu em si mesma, fez o seu Botox e agora quer uma única coisa: que aquele resultado incrível dure o máximo de tempo possível. É o seu direito.
Mas a internet está cheia de informações confusas, mitos e conselhos estranhos que mais atrapalham do que ajudam. Será que uma taça de vinho vai estragar tudo?
Vamos acabar com a confusão de uma vez por todas. Este guia vai te mostrar o que a ciência diz, o que é mito e o que você pode realmente fazer para proteger seu resultado.
Antes de nos preocuparmos com o que realmente afeta a durabilidade, vamos desmascarar os mitos mais comuns que circulam por aí e que só servem para gerar ansiedade.
Muitas destas crenças populares não têm qualquer fundamento científico e podem levar a preocupações desnecessárias ou até a atitudes que não fazem diferença.
Este é um mito que surgiu de uma má interpretação da ciência. A molécula da toxina botulínica precisa de zinco para se ligar ao nervo e fazer efeito.
Por isso, algumas pessoas pensaram que tomar suplementos de zinco poderia “potenciar” o resultado, ou que a falta dele poderia “cortar” o efeito.
A verdade é que a grande maioria das pessoas já tem níveis de zinco suficientes no corpo para que a toxina funcione perfeitamente. Não precisa de suplementar.
E o contrário também é verdade: ter uma deficiência de zinco (algo raro) não vai impedir o Botox de funcionar. O seu corpo sempre terá o suficiente para a reação.
Esta é outra dúvida muito comum. Não, tomar um anti-inflamatório ou um antibiótico não vai anular a paralisia muscular causada pelo seu Botox.
O mecanismo de ação destes medicamentos não interfere com a forma como a toxina botulínica age na junção neuromuscular. São processos biológicos diferentes.
O risco real dos anti-inflamatórios, como já vimos, está relacionado com o aumento da chance de hematomas se forem tomados perto da data da aplicação.
Quanto aos antibióticos, apenas uma classe muito específica e raramente usada (os aminoglicosídeos) pode potenciar o efeito, mas não o corta. Informe sempre a sua médica.
Algumas pessoas acreditam que fazer muitas caretas ou contrair os músculos tratados nas primeiras horas pode “ajudar o Botox a pegar melhor”. Isto é um mito.
A toxina botulínica liga-se aos recetores nervosos de forma muito rápida, geralmente na primeira hora após a aplicação. Forçar o músculo não acelera este processo.
Pelo contrário, a recomendação é evitar manipulação excessiva da área e exercícios intensos nas primeiras 24 a 48 horas para evitar que a toxina migre.
A migração para músculos indesejados é o que pode causar efeitos secundários, como a ptose palpebral (pálpebra caída). Portanto, o melhor é relaxar.
Agora que já afastámos os mitos, vamos focar-nos no que a ciência e a prática clínica mostram que pode, de facto, encurtar a vida útil do seu tratamento.
É importante entender que a durabilidade do Botox varia de pessoa para pessoa. O que funciona para a sua amiga pode não funcionar exatamente da mesma forma para si.
Estes fatores estão ligados ao seu organismo e ao seu estilo de vida, e conhecê-los é o primeiro passo para criar uma estratégia para prolongar os seus resultados.
Este é, talvez, o fator mais significativo. Pessoas com um metabolismo naturalmente mais rápido tendem a processar e a eliminar a toxina botulínica mais depressa.
Isto é especialmente verdade para atletas de alta performance ou pessoas que praticam exercício físico muito intenso e frequente. O corpo delas “limpa” tudo mais rápido.
Estudos mostram que, enquanto na população geral o efeito do Botox dura de 4 a 6 meses, em atletas este período pode ser reduzido para apenas 2.5 a 3 meses.
Não significa que você deva parar de treinar! Mas é importante ter esta expectativa realista e conversar com a sua profissional sobre a frequência das aplicações.
Este é um fenómeno raro, mas que pode acontecer. O nosso corpo pode, em alguns casos, reconhecer a toxina botulínica como uma substância estranha e criar anticorpos.
Estes anticorpos neutralizantes agem como um “antídoto”, impedindo que a toxina se ligue ao nervo e faça o seu efeito. É como se o corpo ficasse imune.
Isto é mais comum em pacientes que usam doses muito altas da toxina (geralmente para fins terapêuticos) ou que fazem aplicações com intervalos muito curtos.
Respeitar o intervalo mínimo de 3 a 4 meses entre as aplicações é a melhor forma de prevenir que o seu sistema imunitário desenvolva esta resistência ao produto.
O seu estilo de vida tem um impacto direto na saúde da sua pele e na durabilidade dos seus tratamentos. O estresse crónico é um dos grandes vilões.
O cortisol, a hormona do estresse, degrada o colagénio e pode acelerar o metabolismo geral. O tabagismo também, pois gera um enorme stress oxidativo na pele.
A exposição solar intensa e sem proteção adequada também é prejudicial. O sol danifica a pele e pode aumentar o fluxo sanguíneo, acelerando a eliminação da toxina.
As suas rotinas de beleza e os outros procedimentos estéticos que você faz também podem influenciar a durabilidade do seu Botox. É preciso ter uma abordagem integrada.
A boa notícia é que você não precisa de abandonar os seus outros tratamentos, mas sim de os agendar de forma inteligente e conversar com a sua profissional.
Procedimentos que utilizam calor para estimular o colagénio, como a radiofrequência e o ultrassom microfocado (Ultraformer), são uma dúvida comum.
A teoria é que o calor intenso aplicado nas camadas profundas da pele poderia, teoricamente, degradar a proteína da toxina botulínica, diminuindo a sua duração.
Por precaução, a maioria dos especialistas recomenda esperar pelo menos 15 dias após a aplicação do Botox para realizar este tipo de procedimento na mesma área.
O ideal é fazer estes tratamentos antes do Botox ou alterná-los, para que um não interfira no outro, garantindo o máximo benefício de ambos os investimentos.
A sua rotina de skincare diária, com ácidos e cremes, não interfere no efeito do Botox, pois estes produtos atuam na superfície da pele, e a toxina no músculo.
No entanto, o uso de massageadores faciais ou a realização de massagens vigorosas na área tratada, especialmente nas primeiras semanas, não é recomendado.
A pressão mecânica excessiva pode, teoricamente, estimular o fluxo sanguíneo na região e acelerar a metabolização da toxina, encurtando um pouco o seu efeito.
A massagem facial e a drenagem linfática são ótimas para a pele, mas devem ser feitas com cautela nas áreas onde o Botox foi aplicado. É uma questão de equilíbrio.
Movimentos muito intensos e repetitivos sobre os músculos que foram relaxados pela toxina podem, em teoria, acelerar a recuperação da comunicação nervo-músculo.
Converse com a sua esteticista ou fisioterapeuta. Peça para que ela evite manipular vigorosamente as áreas tratadas, como a testa e a região dos olhos.
Podemos falar de todos os fatores relacionados com o paciente, mas a verdade é que um dos principais pilares da durabilidade do seu Botox é a técnica de aplicação.
A escolha de uma profissional qualificada, que usa um produto de qualidade e a dose correta para os seus músculos, é o que realmente faz a diferença no resultado.
O erro mais comum que afeta a durabilidade é a subdosagem. Isto acontece quando a profissional, muitas vezes para oferecer um preço mais baixo, aplica menos produto.
Uma dose insuficiente de toxina não consegue bloquear completamente a comunicação entre o nervo e o músculo. O resultado pode ser bonito no início, mas dura menos.
O músculo recupera o movimento muito mais depressa, e você sente que o seu investimento “não valeu a pena”. A durabilidade começa na escolha de uma profissional.
Uma profissional qualificada não economiza na dose para baratear o custo. Ela calcula a quantidade exata para o seu músculo, garantindo um bom resultado.
A toxina botulínica vem em pó e precisa de ser diluída em soro fisiológico antes da aplicação. A diluição correta é crucial para a potência do produto.
Uma diluição excessiva (“render” o produto) resulta numa dose mais fraca e, consequentemente, numa menor durabilidade. O armazenamento também é fundamental.
O Botox precisa de ser mantido refrigerado para preservar a sua eficácia. Peça sempre para ver o frasco do produto e confirme se a marca é aprovada pela Anvisa.
Agora que já sabemos o que pode atrapalhar, vamos focar no que você pode fazer para ser uma aliada do seu tratamento e prolongar os seus belos resultados.
São pequenas atitudes e cuidados na sua rotina que, somados, podem fazer uma grande diferença na longevidade do seu investimento em si mesma.
Como vimos, não precisa de tomar suplementos de zinco. No entanto, manter uma dieta equilibrada e rica neste mineral é ótimo para a sua saúde em geral.
O zinco é importante para a saúde neuromuscular. Inclua na sua dieta alimentos como ostras, carne vermelha, sementes de abóbora e grãos integrais.
Uma pele bem hidratada e saudável sempre responde melhor aos tratamentos. Use e abuse de cremes com ácido hialurónico para manter a hidratação da sua pele.
E o mais importante: use protetor solar todos os dias, sem exceção. O sol é o inimigo número um do colagénio e da durabilidade do seu Botox.
Não caia na tentação de reaplicar o Botox antes da hora, assim que notar o primeiro sinal de movimento a voltar. Respeite o intervalo mínimo de 3 a 4 meses.
Fazer aplicações com muita frequência é o principal fator de risco para o desenvolvimento de anticorpos, o que pode fazer com que o tratamento pare de funcionar.
A consulta de retoque, que geralmente acontece 15 dias após a aplicação, é fundamental. Nela, a sua profissional avalia o resultado e faz pequenos ajustes.
Se um músculo ficou um pouco mais forte que o outro, um pequeno retoque garante a simetria e a perfeição do resultado, fazendo com que ele dure de forma mais uniforme.
Para simplificar, aqui está um checklist rápido com as atitudes mais importantes para proteger o seu investimento e garantir um resultado duradouro e bonito.
Nas primeiras 48 horas, evite massajar ou esfregar as áreas tratadas, não faça exercício físico intenso e evite deitar-se nas primeiras 4 horas após a aplicação.
Mantenha um estilo de vida saudável, proteja-se do sol, gira o seu estresse e converse com a sua profissional se você for uma atleta de alta performance.
Na sua consulta, pergunte sobre a marca do produto, a diluição utilizada e, o mais importante, discuta a dose planeada para garantir que não haverá subdosagem.
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